sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Educador explica que a criança precisa saber ouvir “não”, lidar com os limites e respeitar o espaço do outro.


A correria e o estresse do dia a dia fazem, muitas vezes, com que os pais não consigam dedicar o tempo que gostariam aos filhos. Mas, ao invés de muitos investirem no tempo com qualidade compensam a ausência com presentes ou fazendo todas as vontades de seus filhos. O resultado não são apenas crianças mimadas, mas, adolescentes que não sabem lidar com a frustração e os limites. Essa é a constatação do educador Leopoldo Vieira, que é mestre em educação especial pela Boston University, especialista em Psicomotricidade Relacional e diretor do CIAR – Centro Internacional de Análise Relacional. “Hoje, é como se as crianças não pudessem mais receber limites, elas crescem sem saber ouvir um ‘não’. Os pais não sabem o que fazer e a criança fica perdida. Quando chega na adolescência ou fase adulta podem ter vários problemas por não saber lidar com as frustrações”, avalia.
Cada vez mais utilizada nas escolas, a psicomotricidade relacional é uma técnica que ajuda a criança e o adolescente a lidar com o limite e a socializar-se. O método utiliza jogos espontâneos, preferencialmente, em grupo, respeitando a faixa etária dos participantes, em que há a possibilidade de perceber as características, necessidades e desejos de cada um. Um detalhe chama atenção: os participantes não falam durante as sessões, apenas se manifestam pelas ações e gestos. “A criança é inserida em um grupo social em que precisa lidar com trocas, receber e dar, aprender a lutar pelo que quer, a esperar, a se afirmar diante do outro, mas também respeitar o seu espaço. Ali, se sente livre para ousar, errar e acertar, expressar seu lado bom, mas também o lado mal, sem se sentir culpada”, aponta o educador.
Leopoldo Vieira explica que o diferencial do método é observar o que não é dito pela criança, deixando-a livre para se expressar e proporcionando mais autonomia. “Por exemplo: uma criança que faz muita birra pode ser porque não aceita os limites, ou é um pedido de ajuda, uma situação mal resolvida”, avalia.
Vieira esclarece que a psicomotricidade relacional ajudará para que ela se expresse como de fato se sente. “O psicomotricista ajudará a criança a perceber todos esses sentimentos para que ela encontre uma forma sadia de construir a sua personalidade”, afirma. Entretanto, antes de tudo, é preciso que os pais tenham bastante consciência de sua relação com o filho. “Os pais precisam se auto-analisar para não compensar os filhos de suas próprias frustrações e desejos, e não projetar neles tudo aquilo que não puderam viver adequadamente”, salienta.
O especialista considera ainda que os pais não devam justificar todos os comportamentos errados da criança como algo que faz parte da idade.
“Uma mudança de comportamentos pode fazer parte de determinada faixa etária ou não. Por isso, é preciso cuidar com esses comportamentos desde cedo, pois todas as dificuldades emocionais e afetivas só acabarão surgindo quando ela começar a ser alfabetizada”, ressalta.
Fonte: http://canalconselhotutelar.wordpress.com/






quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Fundação Casa tem 488 adolescentes inscritos para fazer a prova do Enem.


Exame será aplicado em 4 e 5 de dezembro nas unidades prisionais.
Internos buscam certificação do ensino médio e vaga na faculdade.

Fundação Casa (Foto: Raul Zito/G1)

Um grupo de 488 adolescentes que cumpre medidas socioeducativas em 93 unidades da Fundação Casa, em São Paulo, está inscrito para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 4 e 5 de dezembro. É o maior número dos últimos três anos. No ano passado, 105 jovens fizeram as provas.

O aumento, segundo a gerente escolar Neuza Flores, se deve ao fato de que nesta edição muitos internos farão as provas para conseguir a certificação do ensino médio, além dos que vão disputar vaga em universidades ou usar o exame para solicitar bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni). O Enem será aplicado por equipes do Ministério da Educação nos próprios centros de medidas socioeducativas e nas unidades prisionais.
As unidades da Fundação Casa abrigam atualmente cerca de 6.300 jovens infratores. A maioria tem entre 16 e 17 anos, e apesar de já ter idade suficiente para cursar o ensino médio, está entre o 6º e o 9º ano do ensino fundamental. Os jovens chegam às unidades com defasagem no ensino muitas vezes porque abandonaram a escola e retomam os estudos durante a internação, já que a atividade é obrigatória. Grande parte é alfabetizada neste período.

Foco no Enem
Na Novo Tempo, unidade da Fundação Casa em Franco da Rocha, Região Metropolitana de São Paulo, há um trabalho específico para o Enem. Os oitos meninos que farão as provas têm um reforço de duas horas e meia por dia com simulados e exercícios específicos há quatro meses. É o momento para eles tirarem as dúvidas da disciplina que mais os aflige: matemática.

“Número é difícil de decorar. Nunca repeti de ano, mas dá medo de não conseguir lembrar tudo na hora da prova. Estou me dedicando, tenho força de vontade, cometi um ato infracional, mas quero mudar minha vida”, diz o jovem de 17 anos que quer estudar engenharia de petróleo.
Interno da Fundação Casa durante aula (Foto: Raul Zito/G1) 
Interno da Fundação durante aula preparatória para o Enem

Os cursos de enfermagem, mecânica, publicidade e direito estão entre os sonhos dos jovens da unidade de Franco da Rocha que farão o Enem e pretendem cursar uma faculdade. Eles dizem apostar na educação para conseguir conquistar sonhos e reescrever a história de suas vidas.

“O Enem abre portas, e se eu me arrisquei por uma algo ruim, também tenho de me arriscar para conseguir algo bom. Tenho vontade de vencer”, afirma o garoto de 18 anos que pretende seguir carreira em publicidade.

Os jovens não revelam qual foi o ato infracional que os tirou a liberdade. Quando questionados dizem que preferem não contar porque o crime faz parte do passado, estão arrependidos e agora pagam sua dívida com a sociedade.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Monte Santo/Ba - Crianças tiradas dos pais vão voltar para casa.


O lavrador Gerôncio e a mulher dele, Silvania, contaram que os filhos foram retirados de casa pela polícia em junho de 2011, depois de uma ordem de adoção dada por um juiz de Monte Santo.

Silvania, mãe das crianças

Depois de mais de um ano longe de casa, cinco crianças retiradas à força dos pais para adoção vão voltar para casa no interior da Bahia, por decisão da Justiça. O caso foi mostrado pelo Fantástico. O lavrador Gerôncio e a mulher dele, Silvania, contaram que os filhos foram retirados de casa pela polícia em junho de 2011, depois de uma ordem de adoção dada por um juiz de Monte Santo.

O caso está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça e pelas CPIs do tráfico de pessoas. O Ministério Público considerou essa adoção ilegal e aponta várias irregularidades. As crianças foram entregues a famílias no interior de São Paulo.

Silvania e Gerôncio contam as horas para o reencontro. “Vou dizer assim, que eu não dei eles a ninguém e que eu gosto deles e vou cuidar deles. Que eu nunca os abandonei . Estou contando as horas e os minutos para ir nessa viagem e encontrar meus cinco filhos”, disse a mãe.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Como evitar abuso sexual contra crianças e adolescentes!!


Medidas para prevenir o abuso sexual e proteger a criança devem ser aplicadas precocemente, em razão do abuso sexual poder ocorrer desde os primeiros anos de vida. O que os pais devem fazer para prevenir o abuso sexual e proteger seus filhos:
* Estar bem informados sobre a realidade do abuso sexual contra crianças.
*Ouvir seus filhos e acreditar neles por mais absurdo que pareça o que estão contando.
*Dispor de tempo para seu filho e dar-lhe atenção.
*Saber com quem seu filho está ficando nos momentos de lazer. Conhecer seus colegas e os pais deles.
*Procurar informar-se sobre o que sabem e como lidam com a questão da violência e do abuso sexual os responsáveis pela creche, pela escola, pelos programas de férias. Faça o mesmo com seu pediatra, o conselheiro religioso, a empregada e a babá.
*Antes de tudo, falar com seu filho ou sua filha e lembrar-se que o abuso sexual pode ocorrer ainda nos primeiros anos da infância.
O papel da familia / comunidade
A criança não é um adulto em miniatura. Há que respeitar a sua idade e o seu pudor.
É importante que os pais se informem sobre o despertar da sexualidade na criança, saibam ouvir os filhos/as e conversar, quando surgem acontecimentos propícios, sobre o funcionamento do corpo bem como explicar-lhe o direito ao respeito e à proteção por parte dos adultos.
Os pais devem desenvolver novas solidariedades
conhecer os/as vizinhos/as e sentir responsabilidade pelos/as filhos(as) dos/as amigos(as).
Devem fazer com as crianças listas de pessoas em que possam confiar em situações de risco: um agente da polícia, o/a professor/a, os pais de um vizinho, um comerciante, etc:
Os pais devem colaborar com a escola, participando de uma maneira ativa em atividades, atuações e programas relacionados com esta temática.
Toda a comunidade deve colaborar em atividades que ensinem as crianças a entre ajudar-se e a sentir responsabilidade pelos mais novos.
Fonte: http://canalconselhotutelar.wordpress.com/

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Professor é suspeito de agredir aluno em sala de aula na Bahia


Situação foi gravada por um telefone celular e tem circulado na internet. Diretor reconheceu 'excesso'; estudante admitiu erro de 'ambas as partes'.
 
Um professor do ensino fundamental foi afastado por 15 dias sob suspeita de ter agredido um aluno na Escola Estadual Minandro Minahim, na cidade de Una, no sul da Bahia. A cena foi registrada em um vídeo gravado por um telefone celular, que circula na internet há uma semana. O caso ocorreu no dia nove de novembro deste ano. O vídeo começa mostrando o professor repreendendo o aluno de 15 anos. Ele bate na carteira, enquanto o garoto levanta e senta. Por vários momentos, o docente pede respeito ao aluno, chamando o rapaz de "moleque". Em determinada ocasião, ele empurra o estudante e o faz sentar à força na cadeira. Segundo Marcos Silva Santos, diretor da escola, o professor nunca demonstrou comportamento inadequado nos 10 anos que leciona na unidade.
 
"A referência, o exemplo, tem que ser sempre de quem está na função de educar. Mas, como nós somos seres humanos, cometemos erros, falhamos e podemos nos exceder. Então, houve um excesso", pontua. O estudante reconheceu que houve erro de ambas as partes. "Ele veio me corrigir, ele bateu no meu caderno, o caderno caiu. Eu mandei ele pegar e ele não quis, aí eu levantei e fiquei mirando ele e ele ficou me mirando. Não só o professor estava errado, como eu estava. Porque no caso aí foi desrespeito entre as duas partes", disse o adolescente. O professor preferiu não falar sobre o assunto.
A direção da escola informou que o docente foi suspenso inicialmente por 15 dias e que a escola estuda sanções administrativas que podem ser aplicadas ao professor.

Fonte: G1 BA

MP solicita aproximação de crianças e mãe biológica do caso Monte Santo


Decisão afirma que retorno imediato deve ser acompanhado de psicólogos. Cinco crianças foram retiradas da casa dos pais biológicos em 2011.
 Silvânia (Foto: Imagem/Globo Brasília)
O Ministério Público do Estado da Bahia protocolou nesta segunda-feira (19) um requerimento solicitando a revogação das guardas provisórias das cinco crianças adotadas ilegalmente no município de Monte Santo, localizado a 352 km de Salvador. Elas foram retiradas, pela polícia, da casa dos pais biológicos em junho de 2011. De acordo com o documento, que foi direcionado ao juiz pelo promotor de Justiça Luciano Taques Ghignone, a solicitação é que seja promovida a aproximação prévia das crianças com a mãe biológica em um ambiente apropriado na cidade de Poá, interior de São Paulo. O local escolhido é uma sugestão da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Pensado conjuntamente pelo Ministério Público e pelo Juízo de Direito, foi entendido que o retorno imediato sem acompanhamento das crianças não é recomendável para não afetar o estado psicológico das crianças. Elas deverão passar por um estágio de readaptação com a mãe, sob supervisão de profissionais da área da infância e juventude, de modo a evitar qualquer impacto psicológico.
CPI do Tráfico de Pessoas
O juiz Vitor Bizerra, suspeito de entregar para a adoção cinco filhos de um casal de Monte Santo, disse na CPI do tráfico de pessoas que sua decisão foi baseada em relatórios do Conselho Tutelar e do Ministério Público.
“Conselho Tutelar encampou uma coisa que já partiu dos vizinhos. A comunidade monte-santense já sabia disso. Seu Gerôncio é alcoólatra e a genitora também fazia uso de bebidas alcoólicas. Segundo ouvi dizer, também se prostituía, fazendo ponto na boate”, afirmou Bizerra aos parlamentares, em Brasília.
O Conselho Tutelar declarou que nunca indicou ou sugeriu a entrega dos filhos de Silvânia e Gerôncio para adoção.
Na CPI, Bizerra afirmou ao deputado Severino Ninho (PSB/PE) que nunca se opôs a dar entrevistas sobre o assunto. “Eu estou resolvendo algumas coisas, não estou disponível pra conversar agora”. Na CPI, o juiz afirmou que estaria sendo injustamente acusado. “Por que a figura que é exposta é a do juiz? Por que a do juiz e não a outra pessoa que é colocada como investigada?”, perguntou Bizerra aos deputados responsáveis pelo inquérito.Moradores de Monte Santo contaram que as crianças eram bem tratadas e negaram as acusações de prostituição à mãe.
“Eu não tenho dúvida de que há uma organização criminosa por trás disso. Já pedimos inclusive a prisão preventiva coercitiva dessa Carmen ao juiz”, declarou o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA).
 
Carmem Topschall na CPI
(Foto: Reprodução/TV Globo)

A “outra pessoa” é Carmen Topschall, que aparece como intermediária em todos os processos suspeitos de adoção na região de Monte Santo. Ela foi ouvida na CPI no dia 13 de novembro. Ela chegou à CPI acompanhada de dois advogados e com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal e, por isso, se recusou a responder a maioria das perguntas.