A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime
Organizado da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade, o projeto de lei n°
402/2011, de autoria da deputada federal Nilda Gondim (PMDB-PB), que proíbe a
utilização de cerol ou produto industrializado nacional ou importado semelhante
que possa ser aplicado nos fios ou linhas utilizados para manusear os
brinquedos conhecidos como “pipas” ou “papagaios”. A matéria foi aprovada em
forma de substitutivo apresentado pelo relator, deputado Edio Lopes (PMDB/RR),
e segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Casa.
O projeto de lei n° 402/2011, com o substitutivo, além de
manter a proibição do uso do cerol e produtos similares em todo o território
nacional, passou a estabelecer a criminalização das condutas referidas à
fabricação, importação, depósito, comercialização ou intermediação do cerol,
linha chilena (fio ou barbante coberto com óxido de alumínio e silício, quartzo
moído ou qualquer produto ou substância de efeito cortante) ou produto similar
destinado a equipar pipa, papagaio, coruja, pandorga ou brinquedo semelhante.
A pena proposta para os infratores é de detenção de três a
seis anos, além da aplicação de multa. Para as crianças ou adolescentes que
incorrerem nos atos de infração relacionados na matéria, é proposta a aplicação
das medidas socioeducativas previstas na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990,
que aprovou o Estatuto da Criança e do Adolescente.
O perigo do cerol
O Cerol é uma mistura de cola com caco de vidro moído que
posteriormente são aplicadas às linhas de pipas com a finalidade de cortar a
linha de outras pipas adversárias em uma batalha para ver quem pode mais. O
saldo dessa irresponsabilidade é que ao final dessas brincadeiras ficam pelas
ruas pedaços de linhas que são praticamente invisíveis aos olhos de quem
trafega conduzindo veículos ciclomotores, e quando esses condutores
inadvertidamente se chocam com a linha de pipa contendo cerol, acabam atingidos
principalmente nas mãos, braços, tronco, pescoço e rosto.
As linhas com cerol possuem uma enorme capacidade de corte e
provocam ferimentos profundos que são potencialmente mortais quando atingem a
região do pescoço e quando não mata, deixam sequelas terríveis em suas vítimas.
O cerol em linhas de pipas é utilizado praticamente no ano
todo, mas é na época das férias escolares que as ocorrências dos acidentes são
mais comuns. A linha de pipa com cerol é só mais um dos problemas enfrentados
por pessoas que usam motocicletas para o trabalho ou lazer. Essa atividade
criminosa considerada brincadeira de criança, também é a diversão de muitos
adultos irresponsáveis.
Como se proteger?
Alguns aparatos foram desenvolvidos para evitar acidentes
envolvendo linhas com cerol como, por exemplo, as antenas aparadoras de linhas
de pipas e protetor de pescoço.
Apesar das várias campanhas alertando para o perigo dessa
"brincadeira", pouco tem surtido efeito, pois o cerol ainda continua
sendo utilizado indiscriminadamente e fazendo suas vítimas por todo o país. É
necessário que os pais tomem as rédeas dessa situação e promovam uma
conscientização sobre essa prática, educando seus filhos sobre as consequências
do uso do cerol.
Se ocorrer um acidente causando a morte da vítima, a pessoa
que contribuiu para o acidente poderá ir para a cadeia se for identificada.
Outras penalidades são previstas para quem coloca a vida de terceiros em risco,
portanto, mesmo que não ocorra alguma morte, há mecanismos de punição para os
pais e os adolescentes envolvidos nos acidentes.
Empinar pipa é uma diversão saudável que remete a nossa
infância trazendo grandes recordações, só não podemos transformar essa
brincadeira inocente em uma arma perigosa que pode mudar a vida de outras
pessoas para sempre.
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quinta-feira, 19 de julho de 2012
CEROL NÃO!
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